segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Desabafo!



Tudo o que se passa dentro de um relacionamento é primeiramente conseqüência de como ambas as partes se relacionam com elas mesmas. O ser humano dentro do cotidiano “moderno” está cada vez mais ausente de si mesmo, o que gera uma carência muito ampla, que vai desde afetividade à disponibilidade de tempo para se dedicar a si e as pessoas que compõe a sua vida. E o que acaba acontecendo na maioria dos casos, é a pessoa projetar dentro de um relacionamento toda essa carência e criar no outro a expectativa de supri-la.
Existe uma enorme diferença entre suprir carências e relacionar-se. Toda carência passa existir em nós quando não estamos íntegros no presente. Quando não estamos conscientes do Amor de Deus em nós. A Fé é você se conectar com Deus e sentir em si mesmo o quanto o Criador vive presente por todo o seu ser. Seriamos muito mais conscientes se nos tornássemos tão presentes dentro de nós como Deus é!
A carência é uma ilusão. Porque em essência somos o Todo, mas quando o ego não reconhece isso, cria a crença no ter e faz com que reneguemos a existência de Deus. Quem é carente está sempre carente “ de alguma coisa”, por isso a crença no conceito de posse e de que precisamos conquistar tudo fora de nós.
O Ser Humano em Essência é a Plenitude. Então não há mais porque manter a crença de que a felicidade tem quer ser conquistada, mas reconhecida como Estado de Ser. Algumas pessoas acham que para descobrir a felicidade é necessário realizar todos os seus desejos, mas o movimento é ao contrario. Não me lembro bem quais dos Sábios que respondeu a seguinte pergunta de seu discípulo: - Mestre, qual é o Caminho para a paz? Teve como resposta: - A Paz é o caminho.
Se reconhecermos a Paz vivenciaremos a Plenitude Divina, fazemos de nossa vida a expressão da nossa União com Deus. Quando expressamos a nossa Unicidade com o Criador realizaremos o que há em nós com fluidez, segurança e com a certeza da realização. Não haverá mais falsas crenças para nos manter presos aos conceitos que nos aprisionam ao ego. Deus é toda nossa existência e a nossa existência é a perfeição.
A perfeição não tem relação nenhuma com os nossos conceitos duais: de acerto e erro e nem de bem e mal. A Perfeição é a Energia que permite a Vida existir, que a preserva no estado de imortalidade. A todo instante somos saudáveis e plenos, mas para adquirirmos a consciência disso, é necessário o reconhecimento. Centrarmos em nós para escutarmos nossa respiração, o coração batendo, o sangue correndo por todo nosso corpo e depois se aprofundar e sentir que a nossa existência está além do corpo, do pensamento, do sentimento, da consciência... Somos Imensos em Essência, nossa imensidão não tem principio e nem fim, por isso estamos em Deus e Deus em nós. Não há fronteiras, limites para expressarmos a Grandiosidade que somos.
Quando você se relaciona com alguém está transmitindo a esta pessoa a sua forma de se relacionar com o seu interior. Assim projetamos nas pessoas os nossos valores, gostos e verdades. Ao fazermos isso, estamos exteriorizando o nosso ego e correndo um sério risco de julgarmos. Deveríamos descondicionar o ego para não mais criar tantas resistências e preconceitos em relação ao jeito de ser das pessoas. A dificuldade para se existir um verdadeiro relacionamento, está no hábito das pessoas quererem somente viver o que elas tomaram como verdades sem se permitirem conhecer o outro sem julgamento. A gente sempre busca pessoas pelos valores mais próximos dos nossos, que correspondam as nossas expectativas para que elas sejam uma extensão de tudo o que o nosso ego crê.
As pessoas geralmente se relacionam com as outras por meio dos seus conceitos e não pelo o que são em Essência. Conceitos, qualquer tipo de conceito é uma ilusão, a verdade não é um amontoado deles que criam todo um fundamento ou uma lógica, mas sim o que expressamos com Vida de dentro de nós. Não há necessidade de religiões, filosofias, da criação de tudo o que cria no homem conceitos que o faça acreditar num Deus que tenha Ego ou que seja insignificante, a ponto de não mais buscá-lo.
Deus ama a cada um de nós por sermos exatamente como somos. Ele não ama mais o puritano que vai a igreja do que aquele que está afundado no ódio. Deus reconhece a ilusão de nossos valores, a ilusão das nossas crenças... Não precisamos fazer absolutamente nada para agradá-lo ou para alcançarmos méritos... Se desejamos que a nossa vida se torne plena, devemos reconhecer a Plenitude de Deus em nós, pois sempre faremos dela a conseqüência do que pensamentos, sentimos e vibramos...
Enquanto o homem não despertar a sua Consciência para reconhecer em si o Amor Incondicional de Deus, não descobrirá a Grandiosidade e o Prazer de ser a si mesmo e tão pouco de compartilhar de sua Essência com o Mundo.

domingo, 31 de julho de 2011

Sobre o Perdão



Não temos que perdoar para sermos bonzinhos e tão pouco para que o outro reconheça o que nos fez e se sinta culpado por isso. Perdoar é libertar-se de vínculos que já não faz mais sentido serem vivenciados. É nos permitir recomeçar, buscar nossas experiências de relacionamentos sem estarmos presos a um passado que não volta mais.
Muitas vezes os sentimentos de raiva, revolta, indignação, amargura e ódio são capazes de criar uma sintonia forte entre pessoas, em que o vinculo que é criado se torna difícil de ser libertado depois. Quanto mais se torna difícil o perdão, mais o vinculo é alimentado. Um relacionamento pode significar a projeção do ego, a ilusão gerada por ele é capaz de sintonizar pessoas que estão neste mesmo movimento e que pela própria inconsciência se mantém presas à ele.
No perdão primeiramente buscamos libertar o nosso ego das ilusões, das sombras geras pelas carências, medos, frustrações, etc...E de tudo mais que projetamos no outro e que nos aprisiona a ele. Somos totalmente responsáveis quanto à dependência que criamos em relação a uma pessoa e principalmente sobre o poder que ela exerce sobre nós. A dor que acostumamos dizer que foi causada pelos erros de uma pessoa foi, na verdade, causada pelas expectativas que o nosso ego projetou dentro do vinculo. Nós criamos o nosso próprio sofrimento quando depositamos em alguém o desejo de que nos seja proporcionada a paz para guerra que já havíamos estabelecido em nosso interior.
Libertando-nos das nossas guerras interiores, conquistaremos a nossa paz! É no estado pacifico que atingimos a maturidade para compreender os aspectos, pensamentos e sentimentos que transformavam a nossas projeções num estado de dependência do outro.
As pessoas que mais encontram dificuldades em perdoar são as que menos acreditam em si mesmas. Que entregaram na mão do outro o seu poder pessoal, porque culpar uma pessoa a respeito do estado que nos encontramos é dar a ela autonomia sobre nossas vidas. Dar a outra face não é passividade, é agirmos com autonomia para optarmos por fazer diferente. Não mais fazer do nosso comportamento o reflexo da violência de quem nos quis atingir e nem mais compactuar com a sintonia gerada deste conflito. Perdoar é sentir-se plenamente livre de todos e de tudo... É fazer da própria vida a mais fiel expressão do prazer de ser a si mesmo!

Sobre a Dor


Eu procuro pensar que a Dor seja um indicador, um alerta para que possamos reconhecer o que entrou em desequilíbrio e conseguir a tempo reencontrar o equilíbrio. O que cura a dor, me referindo aos aspectos psicológicos e emocionais, é escutar o que ela tem a dizer sobre o que estamos fazendo conosco. Ela é como aquele velho amigo, que te conhece como a palma da mão dele, e não lhe nega dizer as verdades mais difíceis de aceitar. O sofrimento passa a existir quando há em nós toda uma resistência, originada do ego, em dizer sim para as nossas verdades interiores.
A morte de uma pessoa que amamos ou o término de um relacionamento são situações que naturalmente geram dor. Se imaginarmos o nosso corpo como sendo a casa e a dor um alarme de incêndio, perceberemos que, mesmo que estas situações nos incendeiem por dentro, temos recursos para apagá-las. Podemos jogar água instantaneamente ou em longo prazo esperar o fogo se apagar sozinho. O que importa é que a dor dura o tempo que permitimos porque ela não é eterna. É como escutar o barulho irritante do alarme de incêndio e ver a casa pegando fogo e mesmo assim, não tomarmos uma atitude.
Uma das funções mais importantes das orações e meditações é centrarmos em nós mesmos. Reconhecer o que verdadeiramente estamos fazendo com a nossa dor, nos atentarmos para não torná-la um sofrimento. Quando eu oro ou medito, consigo escutar a minha Dor com mais Suavidade, Tranqüilidade e encontrar os pensamentos que me recuperar o meu equilíbrio.
No caso da morte de um ente querido, é lógico que ninguém poderá trazê-lo de volta, mas a alegria conseguirá com certeza. O rompimento de um relacionamento, quando não há como mais se encontrar um acordo, ele definitivamente a acaba, mas a possibilidade de um novo recomeço jamais! Existem acontecimentos que não podemos fazer nada para mudá-los, e a dor acaba surgindo de forma inevitável! Se compreendermos que o que ativa o nosso “alarme” são os nossos pensamentos, a forma com que interpretamos e atribuímos significado a tudo, a dor não vai mais disparar, porque não transformaremos mais as situações em grandes incêndios.
Conheço pessoas que buscaram nas terapias um conforto para a dor que sentiram quando tiveram que lidar com a experiência da frustação. Outras que encontraram nas artes, no ioga, nas lutas marciais, religiões, filosofias diferentes formas para compreenderem e lidarem com a dor. Mesmo que não podemos mudar acontecimentos externos, podemos mudar o nosso interior conquistando a consciência do Divino, do Todo. Assim conseguiremos estar em paz independentemente do que está ocorrendo ao nosso redor.
A dor não nos impede de absolutamente nada!
Tem gente que acredita que a dor ensina, eu discordo! O que nos faz aprender é o desejo de nos libertarmos, mudarmos, encontrar um olhar mais consciente sobre aquilo que até então não havíamos adquirido uma maturidade suficiente para saber lidar. Existem pessoas que por conta da dor da perda, encontraram no espiritismo um novo conceito, um novo entendimento e esclarecimento sobre a morte. Elas não trouxeram o ente de volta, mas mudaram em si mesmas os valores que atribuíram à morte, foi isso que as fizeram conviver pacificamente com a dor, sem mais sofrimento.

Se você não pode mudar uma situação, mude a sua visão sobre ela! A dor nos mostra que sempre podemos fazer diferente, encontrar inúmeras formas para retomarmos o equilíbrio!

O Bonsai



Ontem eu estava relendo uns livros que tenho em casa sobre o Osho, quando este trecho me chamou muito atenção, até mais do que as outras vezes que o li, penso que seja pelo que estou enfrentando...
“Eu não posso definir o amor, porque não há nenhuma definição de amor. É uma dessas coisas indefiníveis como o nascimento, a morte, Deus, meditação. É uma dessas coisas indefiníveis - eu não posso defini-lo. Não posso dizer que isso é amor, não posso mostrá-lo a você. Ele não é um fenômeno visível. Ele não pode ser dissecado, não pode ser analisado; só pode ser experimentado. E só através da experiência é que você sabe o que é. Mas eu posso lhe mostrar o caminho para experimentá-lo.”
Já faz algum tempo em que andei pesquisando em religiões, filosofias, culturas o conceito de Deus e de Amor. Cada uma delas os interpretou dentro da óptica de seus valores, realidades e “verdades”. Na visão da Criação não há uma única verdade absoluta, um significado mais próximo do que pode ser considero mais real do que outro, porque Deus nos proporcionou a liberdade total de experienciarmos tudo o que desejarmos sem castigos, punições, julgamentos. Podemos atribuir ao que quisermos significados pessoais! Porque cada um de nós é totalmente responsável pela realidade que esta vivenciando no presente momento. Deus nos proporcionou a liberdade para que houvesse em nós a autonomia para decidir sobre o que vamos fazer de nós e da nossa vida.
Algumas filosofias dizem: “Busque Deus dentro de você, na sua consciência...”. Que Deus seja uma experiência individual como todas as outras, eu não duvido. Mas eu não procuro interpretá-lo partindo de onde Ele deve estar, pois para mim, Ele é o Todo. Um Mestre Hindu, com um nome totalmente esquisito que eu não me lembro, disse que uma das formas de experienciarmos a Deus é sendo nós mesmos. Se eu perguntar para 10 pessoas sobre o que Deus representa para elas, obterei no mínimo 11 respostas. A liberdade que temos de vivenciar experiências com Deus, as tornam tão infinitas e inexplicáveis quanto Ele.
Podemos atribuir diversas definições e significados a Deus de acordo com o que sentimentos, acreditamos e reconhecemos como verdadeiro, mas é interessante termos em mente que da mesma forma que gostamos que os outros respeitem as nossas crenças, também devemos respeitar a deles. Porque não existem crenças mais verdadeiras ou mais conscientes do que outras, já que Deus é indefinível.
Até hoje a crença na imperfeição, no primitivo, no julgamento, no pecado e no bem e mal, tem impedindo o homem de se conhecer, se descobrir para acessar em si mesmo Deus com liberdade e Amor. A vida de todo homem é conseqüência de tudo aquilo que atua em sua mente, nos pensamentos que ele permite vivenciar como uma experiência física. Se você acreditar em alguns desses aspectos, fará deles uma experiência a ser vivida. Nossas crenças são nossas escolhas e nossas escolhas as nossas experiências. Deus nunca nos julgará por nossas crenças e escolhas, mas não faz sentido se um dia quisermos culpá-lo por elas e nem pelo que estamos passando. Tudo o que acontece na nossa vida é de dentro fora, ou seja, tudo é primeiramente criando em nosso interior e projetado como experiência no exterior. Por isso, se desejarmos uma mudança é necessário observarmos quais as crenças que atuam em nossos pensamentos, porque cada um está no estado em que se encontra devido a elas.
Deus e Amor são tão indefiníveis quanto eternos. Quando vemos imagens de templos antigos, vamos a uma missa, participamos de liturgias, estamos diante da expressão que damos à Deus. Abraçar, acariciar, beijar, são expressões de Amor e não o Amor em si. O que vivenciamos de Deus e do Amor no plano da matéria são apenas expressões que damos a eles, exteriorizamos o que eles significam para nós naquele instante.
As pessoas costumam buscar a proteção e o amor eterno, sem ao menos compreenderem a diferença entre o que são e como elas se relacionam com eles. O amor não é o relacionamento, ele existe por si mesmo, é o que é. A forma a qual as pessoas lidam e o expressam é o que vai dar um rumo ao relacionamento. Amor pode até de certo modo ser interpretado como a Energia, o Impulso, que são sensações fortes e intensas, sem definição ou significado algum. É como sentir a Energia do Fogo, ela não tem significado ou sentido algum, é apenas uma existência que pode ser sentida por todos. Agora, o que vamos fazer com essa energia somente depende de quem somos.
Na verdade ninguém precisa do outro para amar. O Amor é Força, a Energia, simbolicamente o Sangue do Criador que alimenta, vitaliza a nossa Alma, que a faz ser imortal. Em essência já somos o Amor. Com os estímulos externos: pessoas, animais, acontecimentos, etc, se torna possível darmos a eles a expressão da Energia, do Amor que somos. Na verdade você expressa ao outro a sua Essência. Como é da natureza do peixe nadar, do homem é amar. Ele ama porque é amor, do mesmo modo que o Lobo uiva porque é Lobo. O equivoco das pessoas é por não reconhecerem a sua essência, cometem o erro de acreditar que o Amor só passa existir se elas conseguem estabelecer uma relação de afeto com o outro. Mas não, independentemente de todo o externo, o homem ama. Porque se ele não amasse morreria como uma planta murcha sem vida... Dizer que ele ama, é o mesmo que dizer que ele respira. O que nos torna imortais é o Amor de Deus por nós, o infinito zelo do Criador. O Amor permanecerá sendo eterno porque o Próprio Deus é a Eternidade.
Não existe ausência de amor, mesmo quando uma pessoa age por ódio. O ódio como a guerra são ilusões. Quem age pelo ódio, age pela ilusão, por ser inconsciente de si mesmo. A consciência pertence à Alma e a ilusão ao Ego. Quando o homem se desperta para si mesmo, desperta para o Amor que é em Essência.
Imagine um senhor oriental cuidando do seu bonsai, todos os dias ele se dedica a ele para que ele cresça saudável, cheio de vida. É desta forma que Deus age conosco. A todo instante o Criador nos poda, nos rega, nos aduba com seu infinito amor. Deus é o Amor que nos permite existir... E para ele não importa qual é o nosso fruto, a quantidade e a qualidade deles, nada disso importa... Ele nos ama por amar... Por ser o Amor INCONDICIONAL...

Quando dói o Coração...


Meu Coração ainda está doendo muito. Diversos sentimentos vem neste momento: raiva, tensão, tristeza, medo, ódio, tudo dentro de um estado de choque.O choque congela o sofrimento por uns dias, quando a gente passa a aceitar o que nos aconteceu, o sofrimento passa a escorrer junto com o choro. É um alivio porque aos poucos vamos conseguindo compreender como estão os nossos pensamentos e sentimentos para tomarmos uma decisão sobre como recomeçarmos a partir de uma grande desilusão.
Meu amigo sempre me diz que se nos decepcionamos com uma pessoa é porque depositamos expectativas sobre ela. Concordo com isso, mas eu acho que também podemos nos decepcionamos quando depositamos confiança no vinculo que temos com ela. Porque se não depositarmos confiança nas pessoas, não há motivos para experimentarmos da amizade, o companheirismo e da cumplicidade. Todo vinculo é um risco para desilusão, já que não somos o outro e por isso não há como ter sempre certeza sobre ele. E ao mesmo tempo é também um risco para união, segurança, proteção e afeto. Os relacionamentos são sempre uma faca de dois gumes... Eu costumo dizer aos meus amigos que as decepções são inevitáveis, porque fora de nós tudo é muito incerto. Se quisermos termos alguma certeza nessa vida é somente através do autoconhecimento. As certezas sempre estão dentro e não fora de nós. Uma pessoa pode ter certeza quanto aos valores dela e nunca sobre o outro, porque cada ser é diferente para construir seu Universo Interior de forma Única.
Quando criamos expectativas deixamos de curtir o presente momento e projetamos idealizações no futuro. Se você vive intensamente o presente, não há porque projetar absolutamente nada nas pessoas e nem para o futuro. Não criar expectativas é viver a plenitude do presente. Assim, também se torna mais fácil a aceitação das pessoas e dos acontecimentos como são!
No meu ponto de vista existe uma diferença entre criar expectativas e proporcionar ao outro a nossa confiança. Tudo o que se deposita no outro não se torna uma expectativa sobre ele? Porque se depositamos confiança é porque no fundo não esperamos traição. Mas se não depositarmos confiança não haverá motivos para experiências sociais, que de uma forma ou de outra, são extremamente necessárias!
Ontem de madrugada eu estava conversando com uma amiga que teve a pouco tempo uma desilusão amorosa, e eu disse: “Não acho que foi uma questão de expectativa, mas ao depositar a sua confiança nele, você proporcionou a si mesma a oportunidade de ter tornado o que estava dentro do seu coração uma experiência real. Você se permitiu viver o que sentia e desejava, isso é ousadia, liberdade!”
Conversando neste instante com uma amiga, que é terapeuta holística, sobre a decepção que sofri, ela disse que só existe sofrimento quando há criação de expectativas. E que também, deveríamos nos relacionar com as pessoas sem esperar nada em troca, simplesmente pelo prazer da companhia. Eu sempre pensei como ela, mas é que a decepção aconteceu não porque eu esperava algo da pessoa, e sim porque da minha parte não houve motivos para a pessoa ter feito o que fez. Uma coisa eu costumo dizer as minhas amigas: que se não dermos a oportunidade para nós mesmos de nos abrir para as pessoas, amizades, relacionamentos, acontecimentos, mudanças, novidades, rompimentos, nunca daremos a nós a chance de nos
auto conhecer e tão pouco de ter o prazer da liberdade de ser quem somos. Como escrevi anteriormente: as certezas estão dentro de nós, e quando expressadas, passam a ser a nossa bussola no mundo externo. As certezas nada mais são do que a vitalidade de Deus atuando em nós e se expandindo em: sonhos, idéias, inspiração, desejo, objetivos, metas, buscas. Tudo o que desejemos do fundo do Coração conquistar, experimentar, realizar é o nosso Ser Divino nos intuindo para nos proporcionar experiências as quais possamos reconhecer a presença de Deus atuando na matéria. Podemos reconhecer Deus em nosso corpo, nas pessoas, animais, plantas, situações, as vezes abraçar a si mesmo ou o outro é uma forma também de se abraçar a Deus. Ou seja, expressando o Amor na Terra, conquistaremos a certeza de que Deus é tão presente AQUI quanto no “céu”.
Disso tudo, continuo sim acreditando que não há necessidade de se criar expectativas, porque se estivermos presentes no presente, não há como elas existirem. E também que se não nos permitirmos nos abrir para relacionamentos, correndo o risco de experiências alegres ou tristes, estaremos nos negando o autoconhecimento e a mais tipos de aprendizados e vivencias.

O Barco


Um grande amigo meu está numa fase delicada, vai ter que reconstruir, recomeçar a vida do zero. Ele perdeu muitas coisas como: emprego, dinheiro, o apartamento em que morava, enfim, somente o que era referente a bens materiais. Mas o que me preocupa é que ele se revoltou, raiva, irritação, mau humor, desinteresse por muita coisa, isso sim é preocupante! Eu penso que as coisas na vida dele tiveram esta repercussão, porque em algum momento ele se perdeu de si mesmo...Abriu mão de seus valores, se perdeu em expectativas dos outros para ser o que não é, então isto repercutiu no financeiro também. Às vezes imagino que abrir mão de si mesmo, seja tentar ser o que não é para corresponder as expectativas egóicas de si mesmo e das pessoas que estão ao nosso redor. Ele não mais acreditou em si e tão pouco escutou o que o Coração dele buscava de verdadeiro naquela fase...
A Vida não é justa e nem injusta com alguém, ela apenas reflete o que fazemos conosco. Eu acredito que a sombra se manifesta em diversos aspectos de nossa personalidade, mas sempre procuramos esconde-la, reprimi-la e renegá-la. Neste período de sua fase, a sombra deixou de ser uma máscara para se tornar os próprios olhos dele. A mudança que ele busca não será conquistada trazendo todas as raivas, indignações, revoltas, ódios, amarguras e mágoas como sendo seu escudo e sua espada. Ele passou a interpretar o externo se baseando na projeção das crenças que tanto fortalece a sombra. Hoje pela manhã coloquei rosas brancas e orei para que ele reconhecesse a presença Sagrada de Oxalá.
A prima dele costuma me dizer que não compreende o porque dele ter tido esta queda financeira, já que ele é uma pessoa humana e até muito generosa. É estranho dizer isso, muitas vezes vemos pessoas dentro de situações que nós achamos que não é justo, que ela não merecia...Mas acontece que cada um está vivendo o presente que criou dentro de si mesmo e manifestou como forma de experiência no mundo externo. Tudo o que uma pessoa vive foi primeiramente criado dentro dela! Claro, ninguém deseja para si: doenças, problemas financeiros, separações, sofrimento,dores, mas a crença que depositamos nelas, faz com que as tornamos reais em nós e isso já nos coloca em sintonia para que elas se manifestem com experiências. Você não descobre o que de fato uma pessoa realmente acredita pelas palavras dela, mas sim, em como está a vida dela no presente. A Vida acontece de dentro para fora, somos 100% responsáveis por absolutamente tudo o que acontece conosco.
O que é muito comum de acontecer são pessoas estarem seguras em seus barcos e por não acreditarem no quanto eles são resistentes, abrem mão da segurança e pulam no mar e se deixam levar pelas ondas. Se as ondas as lançarem contra pedras, irão culpar o mar pelos seus ferimentos, caso se afogarem também o culparam... Mas nunca terão a consciência de que ao abrir mão de si mesmas se colocaram a mercê de experiências que não condizem ao que são, ao que buscam e não realizarão absolutamente nada. Porque quem abre mão de si mesmo, caminha para a própria solidão, se perde em meio às próprias sombras...

Estar Apaixonado...


Se eu perguntar para 10 amigos o que significa Paixão no mínimo vou obter 11 respostas! Minha amiga escreveu no status dela: “Apaixonada pela Vida”. A gente costuma sempre se apaixonar “por” alguém, atividade, bicho, coisas, por tudo o que exista! Mas eu interpreto diferente, porque acredito que a Paixão é como a alegria, a tristeza, a paz, a raiva, como qualquer aspecto nosso que aflora por estímulos do nosso pensamento. Eu não acredito que nos apaixonados “por” alguém, mas que este alguém é como um estimulo externo para acessarmos nosso aspecto passional.
A Paixão sempre existiu e sempre existirá somente dentro de nós! Já ouvi pessoas dizerem que Paixão é o oposto da razão, que é algo que as consumiram, que fizeram perder o controle...Não acredito nessa dramatização toda...O que faz as pessoas se desequilibrarem é falta de auto-conhecimento, de disciplinar e se atentar aos pensamentos que estão tendo no presente. Gosto de dizer que Paixão é projeção de diversos aspectos nossos... Meu amigo, que é escritor, costuma dizer que na realidade sempre nos apaixonamos por nós mesmos, concordo com ele... Porque se projetamos externamente nossos aspectos, desejos, valores, em alguém ou em alguma atividade, estamos concretizando, experienciando de forma física o que dentro nós era até então sensações, pura abstração! A gente é capaz de dar infinitas formas, cores, sabores, sentidos, texturas, cheiros à Paixão...Bonito isso! Nós que escolhemos como, onde e quando vamos incorporá-la, mesmo que inconscientemente...
Uma amiga uma vez comentou comigo: que não precisamos do outro para a Paixão existir, mas para que ela se torne uma experiência real, ai sim precisamos e muito! Rs! Mesma coisa é com a Fé, você projeta em símbolos, imagens, objetos os valores de sua crença pessoal... Por exemplo, eu tenho uma imagem enorme de Iansã no meu quarto, o valor desta imagem gesso está no valor que eu atribui a ela... Assim como as pessoas, o valor delas está no que projetamos de nós dentro do vinculo... Tanto que o Mundo Externo é sempre um reflexo do Mundo Interno, a Vida acontece de dentro para fora...Tudo que o estamos tendo como experiências e vivencias neste exato momento é conseqüência dos conceitos, valores, crenças que atribuímos ao nosso ego e aos pensamentos que atuam a todo instante em nossas mentes.
Estar apaixonado pela Vida é expressar nela tudo o que possuímos de mais belo, nobre e precioso dentro nós...É nos permitir concretizar a Alegria, Auto-Estima, Poder, Entusiasmo em experiências reais...É criarmos para nós momentos de prazer! A Paixão tem esse Poder de projetarmos o que quisermos e torna isso uma experiência real, então a questão é a seguinte: Que aspectos meus estou projeto neste momento? Quando atribuímos a nós mesmos a responsabilidade de tudo o que acontece por dentro e por fora na nossa vida, passamos a simplificar muitas coisas e adquirimos consciência para lidar, transformar e desfrutar de tudo que desejarmos!